quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Vale dos Sentimentos


Era uma vez um lugar onde moravam todos os sentimentos do mundo, e cada qual com as suas virtudes: a Alegria, o Desejo, a Confiança, o Otimismo, a Gratidão (...) 

Apesar de serem tão diferentes, se davam muito bem, mesmo os sentimentos sem qualidades morais como o Orgulho, a Vaidade, a Inveja, não tinham problemas entre si. Mas era lá no fundo do Vale (na última das casinhas), que morava o mais bonito dos sentimentos: o Amor!

Ele era tão bom, que quando os outros sentimentos chegavam perto dele eram influenciados e se transformavam, pois sabiam que, dentre eles, o Amor era o mais sensato. Porém, no mesmo Vale, num outro extremo, existia um castelo, e lá também morava um sentimento, só que este não tinha nadinha de bom, era insensível demais, e seu nome: Ódio

O Ódio de tão ruim que era, não gostava de nenhum dos moradores do Vale, por isso, sempre acordava de mau humor e sempre procurava fazer de tudo para estragar a beleza do lugar... Certo dia teve uma idéia: Foi até ao salão sinistro do castelo e preparou uma poção. Era a poção mais esquisita que havia, a qual deu o nome de “estraga-prazeres”. A fumaça daquela poção tomou conta de todo o Vale e se transformou numa tempestade, uma tempestade como nunca se tinha visto antes. Então o céu do lugar se encheu de raios, soprou uma ventania tenebrosa e em seguida, caiu o pior de todos os temporais... Todos correram para se proteger.

O Egoísmo foi o primeiro a se esconder, deixando todos para trás; a Avareza recolheu tudo o que era seu antes de se abrigar; o Nojo, a Arrogância, a Angústia, o Medo, a Culpa e até a Indecisão conseguiram chegar em suas casas a tempo, TODOS, menos o Amor (ele estava tão preocupado e ocupado em ajudar aos outros sentimentos, que acabou ficando para trás). Então, uma coisa medonha aconteceu: um raio bem forte atingiu em cheio o Amor, que desfaleceu, e por isso, o Ódio deu então por cumprida a sua tarefa e se afastou... A tempestade passou, e os sentimentos puderam enfim abrir suas janelas, aliviados. Mas ao saírem perceberam que havia algo diferente no ar, algo que nunca haviam sentido antes, foi então que eles viram o que havia acontecido com o Amor.

- Ele não se mexe! Está tão parado! Está frio! acredito ter morrido!

A Tristeza se pôs a chorar; o Desprezo “não tava nem ai”; a Coerência perdeu a razão; o Otimismo mudou de postura; a Confiança dali sumiu e a Alegria perdeu o encanto, e pela primeira vez na vida, não sorriu...Acontece que, ao mesmo tempo, a Vaidade, a Inveja e o Orgulho imediatamente se fizeram presentes, e sem dó, sem mágoa ou remorso, discutiam entre si, quem deles seria o substituto. Foi ai que coisas estranhas começaram a acontecer: os sentimentos começaram a ter desavenças entre si, porque sem o Amor para uni-los, as diferenças sobressaíram.

A situação estava bem ruim, mas mesmo assim eles repararam que estavam sendo observados, era alguém que eles não conseguiam ver, mas que podiam sentir. E aquele ser estranho e invisível, aproximou-se do Amor, e, tocando-o, o Amor renasceu...

- Ele não morreu! O Amor não morreu! - gritaram os outros sentimentos.

Foi ai que o Amor, junto com a Gratidão, agradeceu ao Estranho, e todos puderam saber quem Ele era:

- Obrigado, ESPÍRITO SANTO de DEUS!

E todos comemoraram, porque o Amor estava de volta, e porque agora sabiam que nada poderia impedi-lo de atuar, com o Espírito estando por perto a ajudá-lo... E, momentaneamente, a Paz e a Harmonia voltaram ao Vale dos Sentimentos!


"O Amor é paciente; é benígno; o Amor não arde em ciúmes; não se ufana; não se ensoberbece; não se conduz inconveniente; não procura os seus interesses; não se exaspera; não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre; tudo crê; tudo espera; tudo suporta. O Amor jamais se acaba. E assim, permanecerão esses três: a Fé, a Esperança e o Amor... O maior deles, porém, é o Amor" (I Corintios 13: 4 a 7, e 13)



  by: Wallis